ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA COM O OBJETIVO DE DEBATER O REASSENTAMENTO DOS MORADORES DA VILA ICARAÍ II – PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 29-9-2009.

 


Aos vinte e nove dias do mês de setembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, na Associação Amigos do Cristal, na Rua Curupaiti, nº 925, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas, o Vereador Sebastião Melo assumiu a presidência e declarou abertos os trabalhos da presente Audiência Pública, a qual teve como Mestre de Cerimônias o Senhor Ricardo Faertes, destinada a debater o reassentamento dos moradores da Vila Icaraí II, conforme requerido pela Associação de Moradores da Vila Icaraí II, nos termos do Edital publicado no Diário Oficial de Porto Alegre do dia dezoito de setembro do corrente (Processo nº 3281/09). Compuseram a Mesa: os Vereadores Sebastião Melo e Nelcir Tessaro, respectivamente Presidente e 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Vereador Mauro Pinheiro; o Senhor Lenemar Bastos dos Santos, Presidente da Associação de Moradores da Vila Icaraí II; a Senhora Rosemery Marggenti, representando a Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local; o Senhor Luiz Carlos Bichinho, Coordenador do Programa Água Certa, representando o Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE –; o Senhor Marcos Bonorino, representando a Secretaria Municipal da Juventude; a Senhora Jussara Teixeira, representando o Departamento de Esgotos Pluviais – DEP –, e o Senhor Adelino Lopes Neto, representando o Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU. Ainda, durante a presente Audiência Pública, foram registradas as presenças do Senhor Mário Luís dos Santos, representando o Centro Administrativo Regional – CAR – Cristal; do Senhor Humberto Goulart, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB –; do Senhor Daniel Hilário dos Santos, representando a Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC –; do Senhor Glênio Fontanella, Presidente da Associação Amigos do Cristal; do Senhor Geraldo Portanova Leal, do Programa Integrado Socioambiental; do Senhor Flávio Presser, Diretor-Geral do DMAE; do Senhor Clóvis Magalhães, Secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; do Senhor Paulo Guarnieri, da Associação de Moradores do Centro de Porto Alegre; da Senhora Ana Laux, da Secretaria Municipal de Educação – SMED –, e da Senhora Regina Machado, da Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas a serem observadas durante a presente Audiência Pública, informando que, após o pronunciamento do Senhor Lenemar Bastos dos Santos, seria concedida a palavra para manifestações dos representantes da comunidade e dos Vereadores inscritos. Em continuidade, foram iniciados os debates acerca do reassentamento dos moradores da Vila Icaraí II, tendo o Senhor Presidente concedido a palavra ao Senhor Lenemar Bastos dos Santos. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos inscritos, que se pronunciaram na seguinte ordem: a Senhora Jurema Barbosa Silveira; o Senhor Idonildes Cardoso; a Senhora Iracema Ribas; o Senhor Geraldo Portanova Leal; o Senhor Marco Antônio Dilly; a Senhora Andréia Almeida, Conselheira do Programa de Orçamento Participativo; o Senhor Clóvis Magalhães; o Senhor Flávio Presser; o Senhor Álvaro Barreto, da Associação de Moradores da Vila Icaraí I; o Senhor Paulo Roni; o Vereador Mauro Pinheiro; o Senhor Mauro Pereira, da Associação dos Moradores da Rua Tamandaré; o Vereador João Pancinha; o Senhor Paulo Marques, Suplente de Vereador, e a Senhora Adriana Cordenonsi. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Jurema Barbosa Silveira e ao Senhor Marco Antônio Dilly, que formularam questionamentos a representantes do Governo Municipal acerca de questões relativas à presente Audiência Pública, tendo os Senhores Clóvis Magalhães e Flávio Presser se manifestado acerca do assunto. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Lenemar Bastos dos Santos e Clóvis Magalhães, para as considerações finais acerca do tema em debate. Ainda, o Senhor Presidente manifestou-se acerca da presente Audiência Pública. Às vinte e uma horas e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Audiência Pública. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (Ricardo Faertes): Boa-noite, senhoras e senhores! Inicia-se, neste momento, Audiência Pública com o objetivo de debater o reassentamento dos moradores da Vila Icaraí II. Faço a leitura do Edital (Lê.): “O Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no uso das suas atribuições legais, comunica à comunidade porto-alegrense a realização de Audiência Pública com o objetivo de debater o reassentamento dos moradores da Vila Icaraí II, no dia 29 de setembro de 2009, às 19 horas, na Associação Amigos do Cristal, Rua Curupaiti nº 925. Gabinete da Presidência, 16 de setembro de 2009, Ver. Sebastião Melo, Presidente”.

Compõem a Mesa dos trabalhos: Ver. Sebastião Melo, Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Ver. Nelcir Tessaro, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; Ver. Mauro Pinheiro; Sr. Lenemar Bastos dos Santos, Presidente da Associação de Moradores da Vila Icaraí II; Sra Rosemery Marggenti, representante da Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local; Sr. Luiz Carlos Bichinho, representante do Departamento Municipal de Água e Esgotos e Coordenador do Programa Água Certa; Sr. Marcos Bonorino, Gerente de Projetos e representante da Secretaria Municipal da Juventude; Sra Jussara Teixeira, representante do Departamento de Esgotos Pluviais; Sr. Adelino Lopes Neto, Supervisor Operacional e representante do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.

Passamos a palavra ao Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero novamente convidar os nossos participantes a tomarem assento. Para isso, vamos pedir à Associação Amigos do Cristal algumas cadeiras a mais.

Também quero convidar para fazer parte da Mesa o William e o Rodrigo, que representam a Secretaria de Gestão; a Conselheira Jurema; representantes do Governo e que não estão aqui na Mesa - declinando os nomes para a nossa Assessoria, para que sejam devidamente registrados -, Sra Ana Laux, da SMED; Sr. Mário Luís dos Santos, representando o CAR. O Secretário Goulart, representante do DEMHAB, está chegando.

Eu dou por aberta a Audiência. Quero aqui rapidamente dizer o motivo desta Audiência e qual o seu rito, para que tudo ocorra dentro dos conformes. O Presidente Lenemar fez um ofício à Câmara de Vereadores, nós levamos o ofício à Mesa Diretora. Num primeiro momento, não tínhamos muita clareza sobre a outra Audiência Pública, na Hípica, que nós havíamos feito aqui. Por essa razão, eu e outros Vereadores - não é, Tessaro? - convidamos o Sr. Lenemar para comparecer à Câmara de Vereadores para alguns esclarecimentos. No momento em que ele elucidou, ficou claro para nós que se tratava de outro assunto, então prontamente nós reexaminamos o assunto na Mesa Diretora. Uma audiência pública tem por finalidade avançar.

Nós queremos aqui agradecer a todos indistintamente, para não tornar enfadonho, pois citar um por um, mas os membros do Governo... Eu até tenho insistido, nós temos mandado as correspondências, mandamos e-mail, torpedos e até fizemos telefonemas. Por quê? Porque a gente acha que o papel da Câmara não é um papel divergente da Prefeitura, ele é convergente. Quando tem uma Audiência Pública e comparece o Governo - muitos de vocês têm comparecido a todas as Audiências Públicas -, isso é muito importante. Por quê? Porque a gente pode enfrentar os problemas aqui no debate e para que os Secretários das suas respectivas pastas, junto com o Prefeito, possam dar um passo adiante naquilo que não puder ser resolvido aqui. Então, eu queria agradecer, tenho certeza absoluta de que estas Audiências produzem um efeito importante para a Cidade. A nossa Câmara, nos últimos tempos, tem tomado algumas atitudes importantes. Uma delas, Juliana, é exatamente isto: é uma Câmara mais próxima da Cidade. Primeiro, se a audiência for no horário das 14h, muitas vezes o cidadão comum não pode ir à Câmara; segundo, se fizermos lá, muita gente não tem disposição e nem dinheiro para pagar uma passagem e ir até lá. Então, fica mais razoável que a Câmara se desloque para os bairros, e tem feito isso. Na semana retrasada, mesmo com aquela chuvarada danada, nós estávamos lá na Santa Rosa, não é, Mauro? E que coisa extraordinária: havia mais de trezentas pessoas, num dia absolutamente de chuva, para tratar de vários temas, entre eles a saúde.

Então, isso mostra, meu Presidente Lenemar, que, quando a Câmara se desloca, há, sim, o interesse da Cidade, como faz também com o Orçamento Participativo, de participar com a Câmara para encontrar melhores soluções. Eu sempre digo: tudo passa pela Câmara, não é? E, se tudo passa pela Câmara, a Câmara tem que estar junto com a sua população. Nós estamos aqui com muito prazer para dizer que vamos coordenar os trabalhos aqui, no sentido de que os Vereadores, no momento oportuno, possam fazer as suas intervenções. Eu, neste primeiro momento, vou passar a palavra ao Presidente Lenemar, ele terá um tempo razoável para fazer a sua sustentação, depois eu dou por abertas as inscrições; temos aqui à esquerda a Valeska e o Dr. Luiz Afonso, que já passarão a receber as inscrições daqueles que quiserem se manifestar. Por gentileza, é só chegar, dar o nome, dizer qual entidade representa; se não for de nenhuma entidade, se for pessoa comum do povo, também tem direito a se manifestar. Então, num primeiro momento, nós vamos dar a palavra ao Presidente Lenemar, depois que ele falar, vamos dar a palavra à população. Os Vereadores vão intercalando essa fala da população; depois, então, o Governo... Talvez, num primeiro momento, pudéssemos fazer uma fala inicial. O Dr. Goulart está chegando também, talvez possa fazer uma fala inicial; quem sabe se utilize até dez minutos para cada um, depois, então, nós concedemos a palavra àqueles que já estiverem inscritos.

Eu concedo a palavra ao nosso Presidente Lenemar. Tenho certeza, Lenemar, que o teu esforço, com a tua comunidade, de estar aqui reunido, não será, no final, à toa, pois nós vamos sair daqui com as questões devidamente clareadas e mais aprontadas com a comunidade.

 

O SR. LENEMAR BASTOS DOS SANTOS: Muito obrigado, Sebastião Melo. Em primeiro lugar, boa-noite a todos e a todas. Agradecemos a presença de todos, do pessoal do Governo, dos Secretários, dos Vereadores, da comunidade, o que é muito importante.

Eu queria, primeiramente, colocar que a Icaraí II está organizada. Nós temos uma Comissão, conforme pedia no início do Projeto; é uma Comissão de representantes da comunidade. Então, cada trinta famílias agora tem um representante, que é a Bete, a Mara, a Dona Maria, a Josi, a Lú, eu, tem o Dilly. Então, cada trinta famílias - nós estamos divulgando isto, acho que na divulgação da Audiência Pública isto já foi bastante divulgado - tem um representante, e, havendo qualquer dúvida, qualquer coisa, as pessoas vão ali e se reportam àquela pessoa, que vai dar as informações; isso estava dentro do projeto.

O motivo desta Audiência Pública - foi solicitada e atendida pelo Sebastião na Câmara de Vereadores; na Audiência da Hípica nós havíamos solicitado para a Sofia e para o Sebastião uma Audiência para a Icaraí II - é porque é um outro Projeto, e as reuniões com o Governo não aconteceram como deveriam. Eu acho que o Tessaro lembra, na época do DEMHAB, que a gente tinha reuniões periódicas, o Governo chamava as lideranças, a gente conversava, chamava a comunidade, mas agora pararam as reuniões. Agora, na Icaraí II, é o momento crucial, as pessoas estão tomando decisões, as pessoas têm que decidir se vão para a Vila Nova. Já passou o tempo, então isso está esgotado. Mas as pessoas têm que decidir se querem bônus, se o melhor é ficar na região.

E o que o Governo tem que nos apresentar? Qual é o local da região que nós vamos ser reassentados? Qual o tamanho das casas? Nós fizemos até - agradecendo à Ponte Cultura, que nos cedeu - um muralzinho, em que a gente colocou as dúvidas das pessoas sobre o bônus, se vai ter reajuste, a data do reajuste, se vai passar, qual o valor que vai passar. Sobre as casas na região: que tamanho vão ser essas casas? Qual é o local dessas casas? Onde vão ser? Realmente vão ser na Coronel Massot, na Claudino? Vão ter pátio ou não? Vai ser apartamento ou casa? Agora ainda me questionaram sobre os bônus do comércio: quando é que saem? Qual é o valor? Até porque as pessoas trabalham, têm comércio, tu ganhas uma casa, como o pessoal que foi para a Vila Nova, e o bônus do comércio não saiu. As pessoas precisam trabalhar, precisam ter renda. Então, não queremos mais do que isso, nós só queremos esclarecer o Projeto.

Não vou me alongar muito, já vou devolver a palavra para o Ver. Sebastião. Mas seria isso, seria para quem quer ficar na região: qual o tamanho de casa? Qual o local? E o bônus vai ser reajustado ou não? O que a gente quer é isto: esclarecimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu quero registrar também a chegada aqui do Ver. João Pancinha, que já tomou assento à Mesa, e a presença do Valtinho, representante do nosso DEP, convido-o a compor a Mesa conosco; do Sr. Mário Luís dos Santos, representante do CAR Cristal; do Sr. Daniel Hilário dos Santos, representante da EPTC; do Sr. Glênio Fontanella, Presidente da Associação Amigos do Cristal; do Geraldo Portanova Leal, do Programa Integrado Socioambiental.

Quem é que vai falar pelo Governo sobre a questão colocada pelo Presidente? (Pausa.) Vocês não querem, neste primeiro momento, falar? Querem deixar que a população fale? (Pausa.) Está bem. (Manifestações fora do microfone. Inaudíveis.) Ele não está dizendo que não vai falar; está dizendo que prefere falar depois das indagações. Então, as inscrições estão abertas para que a população possa tirar as suas dúvidas. O Presidente colocou algumas dúvidas, eu não sei se são apenas estas as dúvidas da população ou se há outras mais. (Pausa.) Vejam bem, nós estamos aqui com a finalidade de prestar informações. O Governo está aqui na sua totalidade. (Pausa.) Foi só isso o que ele perguntou? (Pausa.) Está bem, vai falar a Jurema e depois o Governo.

A Sra Jurema Silveira está com a palavra.

 

A SRA. JUREMA BARBOSA SILVEIRA: Boa-noite a todos! Eu quero parabenizar a comunidade pela organização; é assim que se conseguem as coisas, sempre foi assim, não é diferente. Vou começar fazendo algumas críticas. Vou começar pelo DEMHAB, que é uma das Secretarias mais importantes dentro deste Programa. Não é a pessoa do Bichinho que tem que responder às coisas, e sim o Secretário, que não se fez presente, o Secretário Clóvis Magalhães. Ele é, como se diz, a caixa-forte de todo este Programa. É lamentável que não esteja aqui, espero que tenha uma boa justificativa, porque, afinal de contas, esta Audiência Pública foi pedida há bastante tempo. Não foi, Bastos? Então, ele poderia pelo menos ter mandado nos dizer por que não vinha.

Eu vou fazer algumas intervenções a respeito da comunidade, da apreensão que existe, não só desta comunidade, mas também de outras comunidades, pela demora em começar a construir alguma coisa na região. Diz-se assim: ”Vai existir casa na região”. Mas não temos data, Vereadores, não temos previsão, e, quando se ouve alguma previsão para começar a construir alguma coisa, é para 2011! Até 2011 as pessoas estão no alagamento! Basta um cachorro fazer xixi num poste, e a metade da comunidade fica alagada! Com isso, muita gente sai da região, mesmo sabendo que vai enfrentar dificuldades fora da região, porque vai começar uma nova vida lá fora: transporte, reconhecimento de áreas para onde vão... Mas vão! Por quê? Porque não tem nada iniciado nesta região. Existem as áreas, eu sei, não sou hipócrita, estou sabendo que o banco não mandou ainda o dinheiro, mas existe um compromisso do banco e uma exigência do banco: que as pessoas só sairiam da região se quisessem. E existe uma afirmativa do Prefeito José Fogaça. Isso está sendo cumprido em termos, porque as pessoas, de medo, vão embora. Não tem nada construído, não tem data, e há um bando de lideranças que dizem: “Vão construir”. Mas onde?

Eu gostaria de sair daqui, hoje, Geraldo, com uma resposta, a mais clara possível de ti, já que o Clóvis não está aí, porque é ele que teria que dar esta resposta sobre a previsão de quando vão começar a construir, tratando com essas pessoas seriamente: quem quer apartamento, quem quer casa, para iniciar obras na região. A partir daí, as pessoas vão ter mais direção do que querem, porque muitos querem ir embora, e a gente sabe disso. Por isso o programa é livre, para que cada um escolha o que quer fazer da sua vida, mas também a gente tem que trabalhar com aqueles que querem ficar aqui. Esta comunidade, do Bastos, tinha um Projeto anterior em que 98 famílias ficavam reassentadas naquele mesmo local. Eles eram reurbanizados ali mesmo. Esse parque linear não era do tamanho que é hoje. O Secretário da SMAM não está aqui; eu acho que seria muito importante que ele estivesse aqui, porque quem cuida dos parques é a SMAM. E eu estou vendo o Cristal virar só em parque. Eu gosto de parque, acho bonito, mas também não concordo com que as pessoas tenham que sair dos seus lugares para se criar parques mirabolantes, para burgueses usarem os parques. Eu estou vendo hoje muita conversa em cima dos parques e pouca vontade de sentar com aquela comunidade, de negociar com aquelas 99 famílias que ficavam ali. Até porque essa comunidade tem uma creche que foi unificada com a Vila Hípica, porque 99 famílias ficavam ali. E, se isso não acontecer, essas 99 famílias vão sair da região mesmo sem ter vontade.

Estou só fazendo um resgate do que era o Programa, porque, quando a gente fala para as pessoas que existia este Projeto, elas têm dúvidas, porque o Projeto agora tem outra cara, ele foi mudado sem que perguntassem para as pessoas se elas queriam sair da região. Acho que num primeiro momento era isso. E é muito importante que a comunidade se inscreva e faça perguntas, porque agora é a hora e o momento de tirar todas as dúvidas sobre o que querem e o que não querem, porque há poucos do Governo aqui, mas os que estão aqui são de muita qualidade, podem ter certeza disso. Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Fui informado pelo amigo Flávio Dutra que dentro de dez minutos o Secretário Clóvis estará aqui. Ele estava tratando de um tema não menos importante, que é a Saúde; portanto, vai chegar à Audiência, e já existe representação da Secretaria na Mesa.

O Sr. Idonildis Cardoso está com a palavra.

 

O SR. IDONILDIS CARDOSO: Eu gostaria de saber - porque em maio foi assinado um documento pelo BIRD no valor de 578 milhões de reais - se esse dinheiro está sendo destinado para o pessoal sair da Icaraí II; os que quiserem sair, ninguém é obrigado a sair. Eu gostaria de saber o destino desse dinheiro e por que desde maio para cá nada é definido. Outro assunto: eu gostaria de perguntar, a respeito do comércio, o valor exato. Eu tenho uns documentos em minhas mãos do DEMHAB - o Bastos sabe disso, ele já viu este documento nas minhas mãos: 20 mil aos comércios. Uns dizem que é cinco, outros dizem que é oito, que é avaliado pela SMIC. Eu gostaria dessas respostas. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Sra Iracema Ribas está com a palavra.

 

A SRA. IRACEMA RIBAS: Boa-noite! Nós estamos nesta reunião porque conseguimos casa, mas acabamos perdendo as casas, porque vamos ao escritório e dizem: “Ah, o mês que vem.” Vai de novo: “A partir do dia 15”. Vai no fim do mês, e não tem decisão nenhuma! Nós estamos com a casa na mão. A minha casa enche d’água; agora, para melhorar, veio essa pancada de pedras no sábado e destruiu o telhado da minha casa. Fazer o quê? Choveu em toda a minha casa, está lá de prova para quem quiser ver. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não havendo mais inscrições da população... Isso não significa que, no decorrer da Audiência, não possam as fazer. Pela ordem, quem do Governo quer falar sobre os temas aqui levantados?

O Sr. Geraldo Portanova Leal está com a palavra.

 

O SR. GERALDO PORTANOVA LEAL: Boa-noite a todos! Cumprimento o Ver. Sebastião Melo por mais uma vez estar proporcionando este encontro através de Audiência Pública, que tem sido uma marca da sua gestão frente à Câmara de Vereadores.

Aqui algumas pessoas já nos conhecem, já conversamos, outras não. Mas, assumindo a responsabilidade das informações, quando eu falei que não tínhamos uma apresentação, é porque justamente o caráter desta reunião é diferente do caráter daquela em que nós pudemos conviver em relação à Vila Hípica. A Vila Hípica era um processo de regularização fundiária, um processo antigo, um processo que vinha desde o ano 2000, 2001; foi um processo que teve uma caminhada, inclusive com uma demanda junto ao Orçamento Participativo. Naquela reunião - se não me falha a memória, foi no dia 30 de junho - se estabeleceu com a comunidade um cronograma, uma expectativa do cronograma das nossas ações em relação à execução de obras lá na Vila Hípica. Naquela época, colocamos para todas as pessoas presentes que tínhamos um entrave, que era a aprovação do EVU - Estudo de Viabilidade Urbanística.

Cumprimento a Presidenta da comunidade, a Dona Cândida. Como vai a senhora? Inclusive, depois, a última etapa - não é a última, o que é uma pena, mas é uma etapa imprescindível - era obter licença desse EVU. Passou pelo Conselho do Planejamento, onde ela estava presente, e, se realmente ela não estivesse presente defendendo o interesse da comunidade, a gente sabe que não seria aprovado naquele dia, até porque tinha saído da pauta da reunião do Conselho. Até por um esforço dela, representando a comunidade, se conseguiu colocar em votação. Naquela votação - estávamos lá; a Verª Sofia também estava presente - ficou aprovado o EVU. É um marco para nós, porque, dentro daquela expectativa, que era a de em setembro ter aprovado o EVU, conseguimos aprová-lo. O caminho, depois de aprovado o EVU, é partir para consolidar o Termo de Referência, consolidar o projeto, para poder colocar em licitação.

Então, primeiramente, há alguns detalhes do Projeto obrigatórios de se fazer em relação principalmente a alterações que aconteceram, como, por exemplo, a questão de energia elétrica. Tem que aprovar na CEEE, há algumas aprovações intermediárias, mas a nossa expectativa continua sendo de, até novembro, se colocar na rua essa licitação. E, aí, vamos lá, vamos torcer para que tudo esteja bem feito, de maneira que a licitação corra rapidamente. Mas quero dizer que aquilo que conversamos na reunião - as datas que conversamos naquela reunião - acabou acontecendo. Estou puxando esse assunto da Vila Hípica só para dizer da nossa responsabilidade em colocar aquilo que é compromisso.

Em relação às perguntas feitas...

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. GERALDO PORTANOVA LEAL: Eu só quero dizer que quem estava presente àquela reunião - já vi várias pessoas que estavam presentes àquela reunião - acompanhou a nossa postura, que é a postura que vamos ter aqui hoje.

Então, claramente, respondendo às perguntas, vou ser bem objetivo com vocês: existem quatro comentários que foram feitos aqui no microfone, e eu vou responder aos quatro. A data de assinatura do contrato com o banco foi dia 20 de maio. Como a Jurema falou, ela tem conhecimento, ela sabe que, até hoje, não veio nada de dinheiro do banco, porque existe uma série de trâmites que tem que ocorrer, entre os quais uma publicação que o banco deveria ter feito junto à sua sede em Washington, que acabou não acontecendo e que foi feita agora, duas semanas atrás, o que permite que o contrato vá em frente, chama-se Aviso Geral de Aquisições. O compromisso foi assinado pelo banco e foi publicado pelo banco agora. Então, foi no dia 20 de maio. O valor que existe nesse contrato assinado é um financiamento de 83 milhões de dólares. Este é o valor a ser financiado para a comunidade, do qual, para reassentamento, teremos 37 milhões de dólares. Isso é para reassentamento, ou seja, projetos, execução de obras, para a questão urbana. Não precisamos inventar números. O número é este que está no contrato; se alguns senhores quiserem olhar o contrato, eu o tenho comigo e posso mostrar. Ele também... (Pausa.) Qual é a dúvida?

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

O SR. GERALDO PORTANOVA LEAL: Este valor está no contrato. Podemos mostrar o contrato, ou podem entrar no site do Banco Interamericano, porque lá no site do banco também existe esse valor.

Está respondido sobre o valor, agora quanto à questão de saída da região: mais uma vez quero endossar aquilo que se tem dito ao longo do tempo, eu acho que quem procura o escritório tem essa resposta. Os senhores podem estar descontentes, a situação é desfavorável, essas chuvas realmente castigam, a gente sabe disso; agora, em nenhum momento se alterou em nada o compromisso que existe: quem optar por bônus pode ganhar o bônus; quem não optar pelo bônus vai aguardar, porque vão acontecer as obras.

Quais são as etapas em termos de cronograma do reassentamento? Era a saída da foz do arroio Cavalhada em direção à Av. Cavalhada. Esse é o caminho que estava aprovado com a comunidade, e o cronograma de reassentamento foi proposto nesse sentido.

Bom, o que existe na realidade de interferência em relação a esse reassentamento? Ou seja, a esse cronograma nosso? O que existe é o seguinte: como não se tem nenhum instrumento de obra pronto hoje, com certeza não vamos ter, a não ser que se tenha uma inovação tecnológica em relação à construção de habitação, não existirá nenhuma casa construída até o primeiro semestre do ano que vem; vocês podem imaginar, tem que se fazer um projeto, tem que aprovar o projeto, ser feita a licitação e começar a construir. Então, até o primeiro semestre do ano que vem não há possibilidade de nenhum reassentamento para alguma obra feita pelo Projeto Integrado Socioambiental. Não estou dizendo que não vai acontecer. Por favor, é ruim, é difícil, tem que esperar; agora, não posso ser irresponsável e colocar alguma coisa que não é possível acontecer.

Então, vamos lá: quem quiser sair... A única maneira de sair agora é proporcionar a saída da família que esteja cadastrada por meio do bônus. Nós temos algumas situações peculiares. Naquilo que foi combinado com a comunidade lá atrás, e está nos documentos da proposta do banco, a ordem seria da foz até a Av. Cavalhada, e está sendo cumprida. Segundo: qual é a interferência que temos? Temos uma interferência de obras do DMAE, que estão avançando, ou seja, são contratos firmados pelo DMAE de obras que estão avançando e estão chegando, no momento, aonde? Estão chegando em frente às residências que ainda não foram atendidas nem por bônus nem por apartamentos ou casas prontas. Então, esse é um problema que temos que resolver, temos, sim, que tratar com vocês sobre o assunto.

Existem, aproximadamente, para poder se manter esses contratos que estão assinados, de andamento de obras do DMAE... E está aqui o nosso Diretor do DMAE, o Dr. Flávio Presser, que pode nos dar também os argumentos. Para que não se perca dinheiro, para que se mantenham esses contratos de obras, percursos foram modificados, temos que tentar retirar pelo menos em torno de trinta residências, para podermos continuar com essas obras, e não trancá-las. Se nós as trancarmos, vamos ficar com toda a rede fechada, botando para dentro alguma coisa dessa rede, e não vai haver vazão para ela. Então, temos que ver com vocês, porque essas residências realmente têm que ser removidas.

Com relação ao reajuste de bônus e à questão de bônus para comércios, o Secretário Clóvis - eu não vi que ele tinha chegado - pode contar para vocês o que se tem planejado. Como a Jurema colocou... Duvidou que ele vinha, Jurema? Viu? Ele está aí. O que nós temos - e o Secretário Clóvis já negociou com banco - é que, após o primeiro desembolso que se consiga obter do banco, aí, sim, vamos tratar desses assuntos em relação a reajuste de bônus e em relação aos comércios, mas têm que vir, pelo menos, alguns recursos. Então, é mais uma pergunta respondida.

Acho que respondi, Ver. Melo, a todas as perguntas objetivamente. Queria só colocar para vocês algumas coisas. Perguntam assim: “Mas não tem nem projeto?” Não, até existem alguns estudos que estamos fazendo junto com o pessoal técnico do DEMHAB - está aqui presente também o Diretor -, sendo que esses estudos indicam projetos para aproximadamente 1.050 a 1.090 famílias aqui no arroio Cavalhada. Agora, já disse: até junho ou julho do ano que vem não esperem, porque não tem nada pronto. Quem quiser esperar, vamos lá, contem conosco, as informações vão começar a se dar de uma forma diferente, porque o contrato com o banco agiliza isso; as informações começam a ser tratadas, os cronogramas de execução começam a ser todos publicados, começam a ser aprovados junto ao banco, vocês terão essas informações.

Para finalizar, eu só queria colocar que já foram fornecidos para a população - e aí nós temos todo o acompanhamento -, até hoje, 6 milhões e 70 mil reais em bônus. E a Prefeitura não teve ainda nenhum reembolso desse dinheiro. Eu só queria colocar esse número porque também foi perguntado, para vocês verem o esforço que vem sendo feito em relação aos bônus, que estão seguindo o que foi acordado em relação ao movimento que tem que ser feito da foz em direção ao Cavalhada. Existem...

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. GERALDO PORTANOVA LEAL: Existem. Não, não vai mudar...

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. GERALDO PORTANOVA LEAL: Não, espera aí um pouquinho, nós somos 1,7 mil famílias, pessoal! Então, vamos lá, eu estou lançando...

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. GERALDO PORTANOVA LEAL: Em relação ao bônus, eu quero dizer isto: o bônus existe no sentido que foi o acordado e o aproveitado. Fora isso, o que acontece? Nós estamos trazendo para vocês aquilo que entendemos que sejam demandas extraordinárias, que seria algum pessoal que esteja na beira do arroio, em uma condição muito crítica, a gente pensa em remover, pelo menos, essas casas e aquelas casas que estão em frente à obra.

Eu vou ficar aqui até o fim do dia, posso voltar a responder, mas vou passar a palavra ao padrinho da Jurema. A Jurema estava reclamando da sua presença, Secretário.

 

(Manifestações fora do microfone. Inaudíveis.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Pessoal, primeiro quero fazer um contrato aqui com vocês. A Audiência não tem hora para terminar, não há dúvida, mas eu preciso do silêncio para o bem da presidência dos trabalhos, para o bem dos encaminhamentos de reivindicações das senhoras e dos senhores. A democracia tem regras; vamos ouvir, vamos perguntar, o microfone está aberto, perguntem, questionem; agora, falar todos ao mesmo tempo não dá, correto?

Eu quero registrar as presenças do Secretário Flávio Presser, Diretor-Presidente do DMAE; do colega Humberto Goulart, Secretário e Vereador, Secretário do DEMHAB; do Sr. Clóvis Magalhães, Secretário de Gestão; da Adriana, da SMED, na nossa Assistência Técnica; também da Regina Machado, que representa aqui a Secretária de Governança Local.

Eu proponho, Clóvis, que antes que você e o Presser falem, pois são muito esperadas as falas dos senhores... Quero dizer que as previsões para os senhores não foram corretas, portanto, se tiverem que apostar amanhã no jogo do bicho, apostem, porque disseram que os senhores não viriam à Audiência, e estão aqui os três Secretários.

Vou conceder a palavra ao Sr. Marco Antônio Dilly, que é também um morador antigo desta comunidade, e depois concederei a palavra, pela ordem, ao Clóvis Magalhães, ao Presser e ao nosso querido Secretário Goulart.

O Sr. Marco Antônio Dilly está com a palavra.

 

O SR. MARCO ANTÔNIO DILLY: Boa-noite, Mesa; boa-noite, minha comunidade! Eu faço parte da Vila Icaraí II, sou um dos oito que estão coordenando lá para transmitir as informações do Governo para a comunidade. Em primeiro lugar, eu queria dizer que houve uma mudança em relação ao escritório, o tratamento está sendo melhor; nós tivemos uma reunião com o Willian, com o Rodrigo e com o Alex. Eu quero dar os parabéns ao Governo por colocar essas pessoas qualificadas lá para nos darem o retorno que estamos pedindo, por elas se preocuparem com a gente. Então, isso, para nós, é muito importante.

A outra questão é que, desde o dia 15 de fevereiro, o Governo, entre aspas, está dizendo para nós - antes dessa comissão do escritório: “Dia 15 vocês vão sair”. Aí, eu chegava na minha comunidade e dizia: “Dia 15 de fevereiro vai sair o bônus” Ou: “15 de março... 15 de abril... 15 de maio... 15 de junho... 15 de julho... 15 de agosto... 15 de setembro...”, e assim vai. Então, essa é uma informação que a gente não quer mais! Estamos muito, muito cansados por ter essa informação distorcida, que era da coordenação que vinha antes do escritório. Agora, a gente já tem mais perspectivas, temos outras informações, e esse grupo que está lá é mais qualificado, está com um melhor atendimento, inclusive no tratamento conosco, com a comunidade.

Então, a pergunta é: as pessoas que querem e podem ficar nas casas... Há pessoas que querem ficar lá, só que o Governo não construiu casas ainda, então elas vão ter que aguardar nas casas, correto? Mas o que mais nos angustia - eu sei que é difícil para o Governo estabelecer - é a data. A gente precisa de uma data! Eu não fiz o forro da casa esperando tudo isso, mas me obriguei a fazer, pois ia passar o inverno todo sem forro, por causa das informações distorcidas. Não aguentamos mais esse tipo de informação. Graças a Deus mudou. Essa equipe que veio está mais qualificada, está nos dando a informação que a gente quer. Mas queremos uma resposta do Governo hoje: quantas pessoas vão sair? Vão sair de cinco em cinco, em relação ao bônus? E o bônus está criando uma angústia na comunidade, porque há pessoas que conseguiram casas, para vocês terem uma ideia, em fevereiro, conseguiram para se mudar, esperando o bônus para tal dia; chega lá, não foi, e as pessoas não seguram as casas ou os apartamentos por um ano. Vocês sabem disso, são do ramo imobiliário, sabem como funciona isso. Ninguém vai nos esperar um ano ou dois, ou meio ano, esperando a liberação do bônus pelo Governo, mas a questão imobiliária, no Cristal, é muito difícil, vocês estão dando chance para os especuladores imobiliários nos barrarem, causarem transtornos para as nossas vidas. Eles, com a questão do bônus que não sai, vão comprando os apartamentos e as casas que a gente gostaria de comprar! O especulador imobiliário vai lá e compra, e com mais barganha. Isso nos angustia!

Devem existir alguns processos prontos lá, com o Adriano, sei que é difícil em relação ao dinheiro, mas nós queremos sair daqui hoje - talvez não seja adequado - com uma resposta mais aproximada, para não ficarmos nessa angústia. São quatrocentos e poucos moradores, e a gente vem batalhando.

Se este projeto saiu é porque há dez anos nós pedimos que este Projeto acontecesse. Se tudo isso está acontecendo é porque os moradores da região do Cristal e o pessoal do Orçamento Participativo, antes desses Governos todos, discutiram tudo que estava acontecendo, e o Governo foi atrás de recursos, e hoje está se tornando realidade. Isso não é só mérito do Governo; isso é mérito da nossa luta, da nossa perseverança e do nosso sonho, que hoje está se tornando realidade. Para quem não sabe - porque antes não fazia parte do Governo -, nós lutamos muito, nós, comunidade, para que isso acontecesse. Frequentamos reuniões, deixamos nossas famílias, deixamos de ver novela, deixamos de estudar, faltamos ao trabalho, para que esse projeto se concretizasse. Só que o Governo tem que nos apoiar.

Concluindo, nós temos de receber uma resposta, pois a comunidade nos cobra. Nós somos lideranças, somos cobrados e, pasmem, não recebemos assim como os Vereadores. Um Vereador recebe cerca de sete mil, e nós fazemos tudo de graça, e o nosso retorno é a nossa comunidade, é o bem comum, assim como os Vereadores. Só que esse projeto não é mérito só do Governo ou do Legislativo; ele é mérito desta comunidade! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a presença do Guarnieri, Presidente da Associação dos Moradores do Centro da Cidade, e dizer que uma coisa boa, Dilly, foi não assistir à novela. Foi um avanço. Acho que o povo deveria seguir esse exemplo, porque é um lixo danado.

A Sra Andréia Almeida, Conselheira do Orçamento Participativo e representante da Associação Nossa Senhora das Graças, está com a palavra.

 

A SRA. ANDRÉIA ALMEIDA: Não gosto muito dessas coisas, mas vamos lá.

Eu me incluo nessa luta que o Dilly falou: há dez anos a gente construiu este projeto. Antigamente era uma coisa, teve vários nomes, e, quando a gente falou em integrado, realmente, é para integrar.

Quero pedir licença para o Bastos, sei que é uma Audiência Pública para tratar de problemas específicos da Icaraí II, mas não tem como não falar de certas coisas. Essas trinta famílias citadas aqui são da Nossa Senhora das Graças. Com o Presser, já tivemos um arranca-rabo na rodada do Orçamento Participativo, porque eu cobrei uma coisa... Vamos falar em nível de Governo, todo o mundo sabe que eu já tinha sido de um Partido, mas “quebrei os canecos com eles”, e hoje não tenho bandeira. Só que a Administração anterior sempre teve o respeito com as lideranças. Não acontecia nada dentro das comunidades sem que as lideranças, não vou dizer que não fossem comunicadas, mas pelo menos avisadas. Para minha surpresa, começaram a esburacar, começaram a fazer, e eu cobrei, no dia da rodada do Presser, do DMAE, o que estava acontecendo lá, e eu não aceitei a resposta que ele me deu, porque ele me disse que eu teria que saber isso - estamos invertendo os papéis! Aí, eu vim saber que, na realidade, é uma grande obra. Eles estão há quase dois meses lá dentro que nem tatu: abrem um buraco e fecham; abrem outro e fecham. Quando eu saí de lá, estavam abrindo e fechando ainda, e as pessoas ficam sem água. Na sábado, eles trabalharam até 10h da noite, e choveu; então, o chão estava fofo, aquelas tampas acabaram levantando, e já caiu uma pessoa dentro do buraco!

Então, com todo o respeito que tem que se ter pela Icaraí II, mas o pessoal da Vila Nossa Senhora das Graças está cansado de esperar. Eu sei que tem um cronograma de obras, mas tem gente dentro da minha comunidade que mora lá há mais de quarenta anos, e é difícil. Eu me coloco no papel de vocês, mas quero que se coloquem no meu também. É como eu disse para os guris do escritório: estou sentada num barril de pólvora! Conseguir conter uma comunidade e explicar para ela que, simplesmente, primeiro sairão as pessoas que chegaram depois, que elas vão ter que ficar mais dois anos lá dentro...!

Objetivamente, eu já tive uma reunião com o Geraldo e com o pessoal do escritório, eu gostaria, já que a Vila Nossa Senhora das Graças tem que ficar por último, que a Prefeitura entrasse lá dentro e desfizesse as cagadas que fizeram. Primeira cagada: o que nos alaga não é só o Cavalhada; foi feita uma rede, e há anos se falava que dentro do orçamento estava o fechamento do “buraco do Dilly” - que continua lá - e do “buraco da Andréia”. Fecharam o “buraco da Andréia”, colocaram uns canos, só que vem a água da Tamandaré, ali onde mora o Mauro. E, para minha surpresa, há uns quinze dias, estão construindo três torres - quantos apartamentos têm em cada uma, Mauro?

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

A SRA. ANDRÉIA ALMEIDA: São setenta e dois apartamentos numa rede que é fechada, mais ou menos, uns 10 metros, e o resto a céu aberto. O pessoal foi botar as máquinas para ligar o esgoto, aí a Isabel me chamou, eu não deixei. Eu chamei a Jussara, do DEP, que foi lá, e a Engenheira e a Arquiteta me mostraram uma autorização da Prefeitura - quem assinou foi a Carmen Fantinel -, para aqueles prédios largarem o esgoto ali. Se hoje o que alaga o campo é a água da chuva, se largarem aquela água ali, não vai precisar nem chover! Se a Prefeitura vai colher impostos, que entre lá dentro e faça uma rede decente, porque há pessoas que vão ter de ficar ali por mais dois anos. O prédio é na Rua Tamandaré nº 1200. É a primeira coisa.

Segunda coisa: nós temos água que vem da Claudino e que também cai ali. Já que vão “envelopar” aquela água da Claudino para não cair, que fechem aquela fonte da Tamandaré, porque serão duas fontes de água a menos, fontes que alagam, no caso, a Vila Nossa Senhora das Graças; isso dará condições humanas para que essas pessoas esperem por mais dois anos.

Outra coisa que eu anotei aqui: quero agradecer os guris do escritório, eu acho que eles estão no lugar errado, eles teriam que estar à frente, sentado à mesa, porque trabalham e muito, são linha de frente, não fogem, dão a cara a bater. São o Wiliam, o Rodrigo e a Betina, eu só tenho a agradecer. A Betina, hoje, foi duas vezes na minha comunidade; para tudo que é preciso, eles vão lá e fazem.

Eu sei que até hoje o bônus é pago com dinheiro da Prefeitura. A minha preocupação: quando é que a Prefeitura vai pedir para ressarcir essa contrapartida, porque daqui a pouco estão liberando o dinheiro, e, ao invés de liberarem o bônus para a gente, a Prefeitura vai estar retomando o que é dela. E gostaria de fazer um pedido, já que haverá outra Audiência Pública pedida pela Icaraí I: convidem as pessoas - o Presser, o Sebastião, se quiserem assistir - para, na reunião do Socioambiental, participarem de uma comissão pequena da Vila Nossa Senhora das Graças, que já existe, para tratar, efetivamente, da condição daquelas famílias que terão que ficar por mais dois anos ali. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito bem. Pessoal, vocês sabem que nós, os Vereadores, temos uma vontade enorme de ampliar este debate. Nós já fizemos uma Audiência há pouco tempo sobre este tema, e foi pedida uma nova Audiência sobre a Icaraí II. Eu só pediria às pessoas que não desfocassem do tema, porque nós podemos tratar de outros temas, mas houve um pedido, o presidente se mobilizou, a sua comunidade se mobilizou.

Tenho aqui a inscrição da Icaraí I, não sei se o Presidente gostaria de mantê-la, ou se passamos a palavra ao Sr. Clóvis, também inscrito, o que acredito ser melhor, porque haverá desdobramentos. Havendo acordo, o Sr. Clóvis Magalhães está com a palavra.

 

O SR. CLÓVIS MAGALHÃES: Obrigado, Presidente. Primeiro, quero me desculpar, já sei que a Jurema me citou anteriormente, mas atrasei a minha chegada porque estava na Secretaria da Saúde, onde discutíamos a questão do Programa de Saúde da Família - algo tão importante para todos vocês -, buscando ampliá-lo para o Município de Porto Alegre. Então, este foi o motivo do meu atraso.

Quem chega atrasado não sabe de tudo que se passou ao longo do debate, então, se eventualmente alguma dúvida permanecer ou se alguém quiser complementar algum aspecto, solicite-me, para eu tentar esclarecer todos os aspectos desse processo de negociação com o banco. Já foi dito a vocês que todos os bônus praticados até aqui, que envolveram todo o grupo da foz do Cavalhada, são feitos com recursos da Prefeitura e serão ressarcidos numa condição de fundo rotativo - que é a prática destes contratos. Esses contratos trabalham com volumes fixos de repasses, e, fazendo esse gasto, tão logo nós tenhamos condições de comprová-lo na condição de execução do Projeto, na condição de recebimento de recursos, nós já teremos como ressarcir e pedir recursos adicionais para evolução do processo. Então, esse ressarcimento se dá com recursos para a Prefeitura, mas não faltarão recursos tão logo estejamos executando o Projeto para novos repasses; ou seja, a Prefeitura não vai tirar esse recurso para botar no caixa de volta e parar o programa, esperando um novo repasse - é isso que eu estou tentando esclarecer para vocês.

E relato algumas questões que são importantes, por exemplo: nós tivemos um pequeno retardo na publicação junto ao banco, algo que o próprio banco demorou para fazer, uma vez que se trata de uma publicação internacional; isto já foi feito. Tal atraso teve como consequência um pequeno retardo na gerenciadora. O edital já está na rua, e a data para recebimento das propostas é dia 09 de novembro, o que vai nos garantir uma equipe técnica de maior consistência para poder tocar o Projeto.

O que eu queria dizer também é que já estamos evoluindo nas avaliações, principalmente daquelas casas que estão afetadas pelas obras que o DMAE já vem desenvolvendo. E é importante ressaltar que são dois, embora o Programa seja um Programa Integrado, ele se compõe de modelos de financiamento que são distintos - o DMAE tem um financiamento mais extenso e que já vem operando com a Caixa Econômica Federal, acho que depois o Presser vai poder dispor com maior detalhe esta questão. Com isso o BID teve um outro prazo, uma outra sequência de cronograma, e teremos que ir ajustando essas questões. Por conta ainda da prática dos bônus, nós temos hoje uma condição de operar, ainda este ano, talvez, na margem de 60 a 70 bônus, o que nos dá um horizonte de evolução bem razoável para atender as casas que estão sendo atingidas pelas obras do DMAE, mas também algumas que estejam em características mais emergenciais e que já estejam sendo tratadas pela equipe. Portanto, este é um avanço do Projeto. Quer dizer, o Projeto não está parado, ele está andando dentro dessa perspectiva, ou seja, a partir de 09 de novembro, nós temos um grande avanço, porque já vamos partir para uma coisa que se chama missão de arranque e para os desembolsos: o fluxo de recursos do BID para Porto Alegre - até agora nós ainda não fizemos isto, está sendo trabalhado.

Além disto, nós teremos, em sessenta dias, junto a nós, uma consultoria do banco para exatamente revisar o Programa de Reassentamento Involuntário. A consultora provavelmente deva ser a mesma que nos orientou nas missões anteriores - o Geraldo ainda não sabe, exatamente, quem virá -, ela estará em contato também com a comunidade, para que vocês estejam absolutamente sintonizados com a evolução banco/Prefeitura em relação com ao Programa.

Eu acho que as informações que eu posso dar, Presidente, são estas. Fico à disposição, obviamente, para responder outras questões, mas percebo que o Geraldo já tinha exposto bastante bem todos os aspectos da evolução do Programa. Então, se houver dúvidas, obviamente estou à disposição.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Secretário Flávio Presser está com a palavra.

 

O SR. FLÁVIO PRESSER: Caros Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, colegas do Secretariado, lideranças das comunidades, senhoras e senhores, quero dizer, primeiramente, da nossa satisfação de mais uma vez vir aqui e conversar com todos vocês, expor o que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre está realizando nesta região e também buscar responder às angústias, às questões que aqui são abordadas. Quero dizer que ao DMAE compete, dentro do Programa Integrado Socioambiental, a parte que diz respeito à infraestrutura de saneamento, que, sem dúvida, é a parte, vamos dizer assim, mais volumosa em termos de recursos. É a maior intervenção da Prefeitura, já que nós estamos colocando uma infraestrutura de esgotamento sanitário de grande impacto em toda a Cidade. Nós estamos realizando hoje obras de implantação de redes, que são redes que vão coletar, transportar e tratar o esgoto sanitário; por exemplo, do bairro Restinga, são oitenta quilômetros de rede, e hoje cerca de 90% já foi executada. Inclusive, hoje, está iniciando a última obra no bairro Restinga, que é o interceptor do arroio do Salso, que vai conduzir todo esse esgoto para a Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário, que estará construída no bairro Serraria.

A mesma coisa nós estamos fazendo no bairro Ponta Grossa - são mais 60 quilômetros de rede separadora absoluta para coletar o esgoto daquela região, daquele bairro. Isso nós estamos fazendo também aqui na Bacia do Arroio Cavalhada, não é em toda a Bacia, mas aqui também estamos implantando outros 80 quilômetros de rede separadora absoluta, porque toda a Bacia do Arroio Cavalhada não tinha uma rede exclusiva para esgoto sanitário. Toda essa Bacia tem o chamado esgoto misto, ou seja, as casas estão ligadas, através de fossas, na rede que coleta água da chuva. Toda a Bacia do Arroio Cavalhada estava nessa condição, não tinha nenhum quilômetro de rede do tratamento sanitário. Portanto, todo o esgoto corre, ainda, pela rede pluvial, que é a rede do DEP, a rede da água da chuva. E nós estamos, agora, separando esses dois tipos de esgotamento: uma exclusivamente para a água da chuva, outra para o esgoto cloacal.

Também estamos fazendo uma intervenção dentro do Programa Sanitário da cidade de Porto Alegre, uma grande intervenção na Zona Norte da Cidade, no bairro Sarandi, que é o chamado Sistema de Esgotamento Sanitário do Sarandi, cujas obras também estão muito adiantadas, o coletor-tronco, praticamente, está executado. Fizemos o coletor-tronco para poder atender às demandas do OP. O que acontece? As demandas do OP são geralmente nas vilas pobres da Cidade, que são as demandantes do OP, são as maiores demandantes do OP. Aí, você faz a rede na Vila e não tem onde ligar na restante de redes da cidade. O que você faz? Põe a água, põe esse esgoto coletado no primeiro arroio ou no primeiro posto de visita do esgotamento da água da chuva. E você acaba fazendo com que praticamente a Cidade inteira tenha um esgoto misto. Então, no Sarandi, lá na Zona Norte de Porto Alegre, era que nem o Cavalhada, não tinha sequer um metro de rede sanitária. E lá nós resolvemos também aproveitar os recursos disponíveis, que foram colocados através do Programa da Caixa Econômica Federal, para poder executar também as redes. Com isso, a cidade de Porto Alegre, toda, vai ficar com redes separadoras absolutas. Podemos dizer que Porto Alegre, então, terá 100% do esgoto coletado e 80% do esgoto tratado - uma parte ainda não vai ter o tratamento. Mas, hoje, nós temos tratado apenas 20%. Então, nós vamos dar um salto muito significativo.

E o que aconteceu? É que as fontes de financiamento para essas obras de saneamento são distintas do restante do Programa Socioambiental. O financiamento do Programa Socioambiental, o recurso, é do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID - vocês sabem, o Geraldo já falou -, são 83 milhões de dólares. O restante do recurso foi obtido junto à Caixa Econômica Federal, que são outros 350 milhões de reais, isso dá cerca de 130 milhões de dólares, que a Prefeitura está colocando como contrapartida a esses 83 milhões de dólares. Na realidade, o Programa Integrado Socioambiental tem mais do que 200 milhões de dólares a serem aplicados na cidade de Porto Alegre, é o maior Programa. Como esta é uma fonte nacional e está dentro do Programa chamado PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, isso sendo englobado pelo PAC - e existe uma disposição do Governo Federal para que essas obras sejam aceleradas -, o que nós tivemos que fazer é começar as obras de saneamento antes das demais obras do Socioambiental, que são os reassentamentos que dão origem à obra toda de drenagem e implantação depois da infraestrutura viária e do parque linear desta região do Cristal.

Começamos a fazer esse conjunto de obras inteiro e temos um cronograma para realizar essas obras, que está negociado junto ao nosso agente financiador e também junto ao Governo Federal, então temos que tocar essas obras. Essas obras, em princípio, não podem parar. Só que houve um desencontro entre essas obras e o restante do financiamento. Portanto, as obras acabaram chegando aqui na zona exatamente onde hoje vocês todos moram e residem. O que estamos fazendo? Estamos buscando alternativas ao projeto original, de tal maneira que nós possamos viabilizar, continuar a execução dessas obras, sem que isso interfira, em muito, na vida da comunidade local. É isso que nós estamos vendo, é isso que nós estamos buscando ajustar, e parece que são trinta residências que precisarão ser deslocadas para a gente poder dar continuidade às obras que aqui nós estamos realizando. Em relação as outras, os emissários que vão conduzir todo esse esgoto coletado lá para a Zona Sul da Cidade, lá para a Estação de Tratamento de Esgoto Sarandi...essas obras já estão na fase final de licitação. Já fizemos uma licitação, deu deserta; as empresas não quiseram, na realidade, executar essas obras pelo orçamento que realizamos. Reabrimos a licitação e estamos na fase final. Portanto, essas obras também serão, em curto prazo, iniciadas.

Eu quero dizer que esse é o descasamento, porque as fontes de recursos são distintas, uma é extremamente burocrática, que são esses financiamentos internacionais, houve delongas para nós podermos assinar esses contratos. A nossa previsão era assinar isso em setembro de 2008; acabou que só foi possível assinar em maio de 2009. Agora há ajustes, ajustes com o banco, ajustes com o Governo Federal, ajustes com a Prefeitura, enfim, essas coisas demoram mais. No outro contrato, como era um contrato direto, era recurso nacional, as coisas correram mais frouxas, foram muito mais ágeis e muito menos burocráticas. Esta é a situação.

Em relação às obras, eu quero dizer o seguinte: o DMAE constituiu uma unidade de coordenação desse Programa, uma unidade própria, lá estão lotados os engenheiros que estão fiscalizando esse conjunto grande de obras na cidade de Porto Alegre. E há dois engenheiros permanentemente ocupados em fazer a fiscalização das obras aqui da Icaraí: o Paulo Tessler, engenheiro com 35 anos de DMAE, aposentou-se, e nós o contratamos como CC da Prefeitura para permanecer dentro do Programa; o outro é o Engenheiro Darci, vocês também devem conhecer. São dois engenheiros que permanentemente estão aqui vendo a condução dessas obras, porque eles são os fiscais do DMAE, eles são as pessoas responsáveis para fazer o acompanhamento das obras, e essas pessoas estão à disposição de vocês o dia inteiro. Eu perguntei, agora, se a presença dos engenheiros era constante, e estou sendo informado aqui pelo escritório que sim, que os engenheiros estão aqui, a campo, acompanhando as obras.

Portanto, quero dizer para qualquer questão que diga respeito à comunidade, que diga respeito à obra do DMAE, os engenheiros estão habilitados para recolher as reivindicações, dar informações, tirar dúvidas, tomar sugestões por parte da comunidade, e, se existir a necessidade de uma decisão da Direção-Geral do Departamento, essas pessoas, obviamente, têm contato direto comigo. Enfim, foi constituída essa coordenação para ajustar a dinâmica das obras às necessidades da comunidade.

A respeito da preocupação levantada aqui pela Andréa, do tal do edifício: eu quero dizer que seria muito bom, seria ótimo, todos nós ficaríamos alegres se só esse edifício lançasse esgoto na rede mista. Todo o bairro Cristal, todo bairro Cavalhada lançam esgoto exatamente nos tubos do DEP, no esgoto pluvial, na rede toda, que é mista. Então, o problema não é esse prédio. Todos os prédios que estão autorizados a executar a ligação na rede mista têm que ter: se for casa, fossa séptica, tratamento primário, tem que ter fossa e a fossa lança no esgoto misto. E, se forem prédios coletivos, condomínios, edifícios, têm que ter tanque séptico e filtro. Deve haver o tratamento primário antes de lançar no esgoto misto. Portanto, esses edifícios têm exatamente isto: tanque séptico e filtro para poder lançar na rede de drenagem. Não é o edifício que está lançando esgoto na rede; o bairro inteiro está lançando esgoto na rede. Essa é a razão pela qual nós estamos implantando a rede aqui junto, não só no bairro Cristal, mas nos bairros Tristeza, Ipanema, parte da Vila Assunção e toda a Cavalhada. Tudo isso estamos executando agora para exatamente retirar o esgoto da rede pluvial e não lançar mais isso no arroio Cavalhada, e isso ser tratado como uma estação do Sarandi. Então, as obras estão tendo continuidade, mas são necessárias para haver condições sanitárias adequadas aqui na região, pensando exatamente na melhoria da qualidade das pessoas, não só das que moram nas zonas de assentamentos, mas de toda a comunidade que aqui reside, nesses bairros em que falei.

Essas são informações que eu gostaria de colocar. Coloco-me à disposição para responder outras questões que se fizerem necessárias. Desde já digo que nunca me neguei a vir aqui, a qualquer reunião a que fui convocado. Por último, quero dizer ao nosso amigo que foi exatamente por respeito a vocês que nós - o Governo Fogaça -continuamos o Socioambiental, porque, em princípio, não tínhamos compromisso, um Programa que está sendo disputado politicamente até pela chapa adversária. Não, nós respeitamos, porque esse não é um Programa de Governo; esse é um Programa para a sociedade porto-alegrense. Isso precisa ser respeitado. Foi por essa razão que nós buscamos, primeiro, que a Prefeitura tivesse condições de voltar a pegar financiamentos externos, porque não tinha condições para isso, nós nos reabilitarmos a buscar financiamentos. Segundo, buscamos desenhar o Programa de forma a viabilizá-lo e, terceiro, buscamos fazer com que realmente as pessoas aqui fossem atendidas dentro daquilo que já tinha sido negociado anteriormente, ou seja, garantindo às pessoas a decisão de onde queriam se reassentar, se no Cristal ou se era fora dele.

O bônus foi uma ideia que viabilizou às pessoas que queriam ficar no Cristal que aqui ficassem, porque até hoje seria inviável assentarmos, próximo a região de vocês, as 1.680 famílias; foi o bônus que permitiu isso. Essa foi a alternativa que nós discutimos com a comunidade, com isso podemos manter aqui no Cristal todas as famílias que queiram aqui permanecer, pois foi o compromisso do Prefeito Fogaça numa audiência do Orçamento Participativo, onde toda a comunidade foi lá cobrar dele exatamente isto: o desejo de ficar aqui. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores, quero fazer um apelo à comunidade. São 20h30min, nós vamos levar esta Audiência, no máximo, até às 21h, conforme tínhamos anunciado no início, uma vez que começamos devidamente no horário. Então, eu faço um apelo para que nos dirijamos aos encaminhamentos finais.

O Sr. Álvaro Barreto, Presidente da Vila Icaraí I, está com a palavra.

 

O SR. ÁLVARO BARRETO: Boa-noite, Sr. Presidente, Secretários, Plenário e lideranças! Nós entramos com um pedido de Audiência Pública ao Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, na Câmara de Vereadores, mas quero informar aos senhores que esta Audiência não trata da Icaraí I, ela trata de um coletivo. Como é sabido, para que pudesse entrar qualquer documento lá, é necessário haver uma constituição ou através de Vereador ou Vereadora, ou através de uma entidade em dia.

Quero finalizar algumas questões com relação ao que estamos pedindo. Estamos pedindo que nos apresentem a maquete, Presidente Sebastião Melo; nós tivemos lá duas Audiências: em 2007 e, depois, uma em 2008. Portanto, esta é a terceira Audiência, e gostaríamos que nesta Audiência nos apresentassem a maquete da planta das casas e apartamentos, porque, infelizmente, senhoras e senhores, foram entregues - com isso nós nos deparamos lá - os apartamentos da Vila Nova, e o chão não estava completo, isso nos preocupa. O que ocorre? No entender de algumas pessoas, foi dito que era uma emergência, e as pessoas saíram, aquela coisa toda, que eram verdadeiras estrebarias. Fica difícil para nós, quando se tem um projeto... Até porque a construção não é nem parecida como muito foi divulgado em campanha, do tipo Princesa Isabel, não é. Então, se for ver o tipo de construção, isso nos preocupa. Quero já adiantar que na próxima audiência que teremos na Câmara de Vereadora... E todos os senhores e senhoras estão convidados, pois queremos uma audiência no geral, porque há comunidades que não estão participando aqui, mas é para a Icaraí II hoje, respeitamos, quero agradecer ao Bastos a oportunidade de estar fazendo aquele trabalho dentro da própria comunidade, como líder comunitário.

Para finalizar, algo não foi dito aqui pelo Presidente, o Bastos, com relação ao seguinte questionamento: quem não foi cadastrado, como é que fica? Porque, desde o início, foi passado por cima, e temos problemas. Na época, o Diretor do DEMHAB, que era o Tessaro, resolveu a situação, e os funcionários contratados do DEMHAB fizeram outras coisas. Então, queremos dizer que queremos gravar e botar no YouTube esta Audiência. Muito obrigado, boa-noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Presidente, depois solicito que o senhor fale com o Dr. Luiz Afonso, porque, até onde eu saiba, não tem ofício pedindo Audiência Pública lá.

 

O SR. ÁLVARO BARRETO: Foi encaminhado, sim, Sr. Presidente, no dia 21 de setembro. Inclusive, ontem falei com o Prefeito, Sr. José Fogaça, pois neste ofício está solicitada a presença do Sr. Prefeito de Porto Alegre, de suas Secretarias, inclusive a do Engenheiro Fernando Marins, sem falta. O que ele me respondeu? “Álvaro, encaminha que estaremos presentes.” Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com certeza. Examine ali com o Diretor.

O Sr. Paulo Roni, da Comunidade Campos Velho 1241, está com a palavra.

 

O SR. PAULO RONI: Sou o representante da comunidade Campos Velho. Aliás, estou morando no Condomínio Campos do Cristal, eu ia me desvincular da comunidade Campos Velho, mas a própria comunidade pediu que eu a representasse, porque estou mais a par, como a própria Jurema sabe.

Eu respeito todas as vontades de quem quer bônus, de quem quis ir, que foi o meu caso, para o Condomínio Campos do Cristal, mas respeitei os moradores da minha comunidade que aguardam o bônus-moradia. Álvaro, desconheço o que tu falaste e me sinto um pouco ofendido. Onde eu moro não é uma estrebaria, estrebaria eu lidava quando fui jóquei de cavalo de corrida; não é estrebaria, não, onde eu moro! Lá onde eu moro corre a brisa da Patagônia; lá onde eu moro, tenho um chuveiro que me dá a impressão, quando tomo banho com meu sabão Maraschin, de que estão caindo nos meus cabelos as cataratas. Não é não, Álvaro, estrebaria! Cada um faz um lar, um inferno e uma estrebaria. No meu doce lar, estão convidados, lá corre a brisa da Patagônia. (Palmas.) Mas quero dizer que aquelas pessoas, Srs. Secretários, que querem o bônus-moradia, estou falando pela comunidade de Campos Velho que quer o bônus-moradia... A minha vontade foi para a brisa da Patagônia, eu os respeito.

O que eu desejo é que essa comunidade de Campos Velho não seja prejudicada, que se cumpra o cronograma do bônus-moradia, mas nós não atrapalharemos, de maneira nenhuma, aquelas pessoas que querem discutir e ficar na região, mas, enquanto discutem a região, vamos tocar avante o bônus-moradia, para as coisas fluírem naturalmente. Eu gostaria de comunicar o escritório, com muita calma, para marcarmos com alguns membros da comunidade da Campos Velho, para sentarmos e acertarmos a ida dessas pessoas lá no futuro. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Boa-noite! Quero cumprimentar o Presidente Melo, da Câmara de Vereadores; os demais Vereadores, o amigo Ver. Pancinha, o Paulo Marques; o Ver. Tessaro, que já saiu; os Secretários, a comunidade, o presidente da Associação. Quero dizer a todos vocês que nós, Vereadores, infelizmente - não é, Presidente? -, não temos condições nem de dar bônus nem de dar casas, como nos foi cobrado aqui. A nossa função, como Vereadores na Câmara, é de legisladores e de fiscalização do Governo e das Secretarias, como é o nosso caso, do Partido dos Trabalhadores, pois somos oposição ao Governo, e a nossa principal função é fiscalizar as obras e fiscalizar o Governo. Nós não podemos vir aqui nem prometer nem dizer que vamos doar nada, como nos foi cobrado aqui.

Quero dizer que estamos à disposição na Câmara de Vereadores e estamos à disposição aqui, hoje, nesta Audiência Pública, para ouvir a comunidade, ouvir seus relatos, saber de seus problemas e procurar encaminhar, assim como foi encaminhado pelo Presidente da Câmara, nesta Audiência Pública, convidando os Secretários para virem aqui esclarecer as dúvidas de vocês. Nós, assim como estamos aqui hoje, estamos sempre à disposição de todas as pessoas que nos procuram. Assim como eu, tenho a certeza de que todos os demais Vereadores da Câmara de Vereadores estão lá à disposição para ouvir a comunidade, para ajudar a esclarecer e a encaminhar seus anseios junto com as Secretarias e junto com o Governo, também para fiscalizar e cobrar. Dessa forma nós nos colocamos à disposição lá na Câmara, e a qualquer momento o nosso gabinete está aberto para qualquer um de vocês da comunidade para ajudá-los. Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Mauro Pereira, da Associação dos Moradores da Rua Tamandaré, está com a palavra.

 

O SR. MAURO PEREIRA: Boa-noite a todos! Eu faço parte hoje, por uma certa imposição, do Orçamento Participativo, como Delegado, representando a minha comunidade, que foi colocada dentro do Projeto Socioambiental em virtude de um decreto de desapropriação. Alguns moradores nossos, meus vizinhos, falaram sobre a questão de arrumarem suas casas, de fazerem a manutenção das suas casas. Eu quero dizer aos senhores que esse decreto nos limitou a uma ação. Hoje nós todos sabemos que, se a gente não faz a manutenção dos nossos bens, eles se dissolvem de alguma forma ou outra. Nós estamos passando por um momento difícil. A Prefeitura realmente ficou sem dinheiro, sem gás; graças a Deus estamos revertendo esse quadro com muita competência.

Mas é o seguinte: como fica a questão desses moradores que hoje - não só o pessoal da Nossa Senhora das Graças - estão sofrendo com as inundações causadas pela chuva, pelos entupimentos dos esgotos? Ali na Rua Tamandaré, cada vez que chove, a rua vira um rio, e a água está entrando dentro das casas. Ali a gente tem, na Nossa Senhora das Graças, um piscinão - que não é o de Ramos, é o piscinão da Nossa Senhora das Graças, e já está se formando o piscinão da Rua Tamandaré. Então, a gente não sabe se pode ou não fazer a manutenção das casas, por quê? Porque, se eu for desapropriado, não há interesse em arrumar a casa; por exemplo, colocar um forro, pois irei perder dinheiro. Não vou colocar dinheiro bom num lugar podre. Então, o que quero saber dos senhores é o seguinte... E convido o senhor representante do DMAE para, num dia de chuva, como no sábado - sei que para o senhor é difícil -, vir até a Rua Tamandaré; venha até a comunidade Nossa Senhora das Graças, e o senhor vai ver. Mas venha com botas e, de preferência, com barco, porque o senhor vai necessitar de um barco! Tanto na Tamandaré como na Nossa Senhora das Graças, ainda com toda essa boa-vontade, com todas as obras, já se criaram grandes piscinões. Eu gostaria que o senhor desse uma olhada lá, junto com seus subordinados, para ver se pode solucionar isso de forma mais rápida, a curto prazo.

E o segundo seria isto: como é fica, no momento em que se fala de reassentamento, esse pessoal que foi atingido pelo Decreto? Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Pancinha está com a palavra.

Antes, porém, registro a presença do Ver. Paulo Marques, também aqui na Mesa.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Boa-noite a todos! Eu quero saudar, de uma forma toda especial, a presença da comunidade numa noite fria, mas que está procurando o conhecimento, saber da situação do Programa Socioambiental. Saúdo a Mesa, o Ver. Sebastião Melo, meus colegas Vereadores Mauro Pinheiro e Paulo Marques e saúdo também, de uma forma especial, a presença maciça do Governo, que se faz representar aqui com diversos Secretários e seus representantes. Eu acredito que - como foi dito aqui pelo Ver. Mauro - algumas situações nós não podemos fazer, mas a principal delas, do meu ponto de vista, além de legislar e fiscalizar, é justamente fazer esta aproximação da comunidade com o Poder Público. E isso nós, da Câmara de Vereadores, temos feito, e o Presidente Sebastião Melo tem feito inúmeras Audiências Públicas, e serão feitas tantas quantas forem solicitadas e necessárias, justamente para esclarecer a situação para as comunidades. E é fundamental a presença do Poder Público, do Poder Executivo, e ele tem feito se representar, eu saúdo isso.

O Ver. Mauro Pinheiro já se colocou à disposição, eu tenho certeza de que todos os Vereadores estão à disposição das comunidades, não apenas desta comunidade Icaraí II, mas de todas as comunidades, para justamente fazer esse meio de campo e trazer as respostas de que a comunidade precisa e também para acelerar os procedimentos necessários a fim de que tenhamos o que queremos, que é uma comunidade melhor, uma comunidade mais feliz, uma comunidade resgatando a sua cidadania. Então, é nesse sentido que estamos aqui. Eu saúdo mais uma vez, principalmente, a presença da comunidade, porque é assim - comunidade unida - que se consegue conquistar benefícios. Eu os saúdo. Deixo um abraço a todos e coloco à disposição a Câmara de Vereadores para todos vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Os senhores dois já falaram e muito bem, foram muito aplaudidos, porque falaram com fundamento. Mas, se é uma Questão de Ordem, eu concedo um minuto para cada um, porque vocês já usaram na tribuna. Então, por favor, se é para um esclarecimento, a palavra é de vocês.

 

A SRA. JUREMA BARBOSA SILVEIRA: Boa-noite, Secretário Presser, Secretário Clóvis, Goulart, que chegou depois. Não me senti muito contemplada, Presser, com as respostas que tu deste, principalmente, para a Andréia. A Andréia foi bem taxativa quando te perguntou o que é que tu pretendes fazer quanto ao conserto dessas redes, com a situação desse prédio, para que essas pessoas fiquem esperando por um ano lá. Ela ficou sem resposta, assim como todo mundo ficou sem resposta. Porque, realmente, do jeito que está aquilo lá, cada vez mais a situação vai piorar. Tem razão o Mauro quando diz que tu terias que vir ver, num dia de chuva, como acontece o alagamento, porque só assim tu terias mais noção do que acontece. Falar com o Pancinha, falar com o próprio Sebastião de alagamento na região é até hipocrisia, porque eles viveram muito isso com a gente aqui na região, são pessoas que, de primeiro, chegam à região para prestar socorro, principalmente com a minha comunidade era assim.

Quero dizer que está de parabéns o Sebastião por trazer a Câmara até a comunidade, tirar a Câmara de lá e trazê-la para dentro das comunidades. Isso era uma coisa reivindicada há muitos anos dentro de Porto Alegre, isso nunca aconteceu. (Palmas.) Quando se dizia que a Câmara de Vereadores era a Casa do Povo, não era, era do centro mesmo, agora é do povo. Só para finalizar, eu vi muita “rasgação de seda” aqui com os bonitinhos do escritório. Eu quero dizer que eles não são só bonitinhos, eles são competentes, porque eu, mesmo já estando reassentada, continuo infernizando eles, até no sábado. Parabéns! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Marco Dilly está com a palavra para um questionamento.

 

O SR. MARCO ANTÔNIO DILLY: É rápido. Obrigado pela oportunidade. O pessoal está me questionando sobre o valor do bônus do comércio e o valor do bônus da casa. Por que é tão demorado o do comércio e se não pode ser junto? A outra questão é aquela pergunta: quem não foi cadastrado ainda, o que faz? Eu tinha mais uma pergunta. Não ficou claro para a minha comunidade, e nós queremos sair com isso hoje daqui, em relação ao bônus, quanto tempo a gente tem que esperar? Há possibilidade de haver um aceleramento daqui a alguns meses? Nós queremos uma data definitiva.

Relembrando e agradecendo ao Governo e a todas as Secretarias por estarem na Casa do Povo, porque a Câmara não é a Casa do Povo, aqui é a casa do povo! A Câmara é a representação do povo, lá nós somos representados, e aqui é a casa do povo. Muito obrigado. (Palmas.) E relembrando: que o Governo faça o reconhecimento aqui à nossa comunidade, em relação ao Willian, ao Alex e ao Rodrigo, podem dar um aumento de salário para eles, que eles merecem! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulo Marques está com a palavra.

 

O SR. PAULO MARQUES: Por determinação do Presidente, temos que ser rápidos. Saudando o Sr. Clóvis Magalhães, saúdo todo o Governo aqui presente. Isto é muito bom para a comunidade; parabéns, Ver. Sebastião Melo, pela iniciativa de trazer aqui o Governo e a Câmara de Vereadores, para discutir assunto tão importante com esta comunidade. Quero dizer para aqueles que não me conhecem que, apesar de ser anunciado aqui como Vereador, sou 1º Suplente da Bancada do PMDB, eu cheguei atrasado porque estava na ilha, com água a dois metros. Quero dizer a vocês que, como Secretário Adjunto da Defesa Civil, conheço, sim, esta região e conheço, sim, cada poço e cada bacia de água desta região aqui. Então, estamos presentes tentando fazer este enfrentamento. Muito obrigado pelo barquinho, ele é muito útil, mas, a partir de amanhã, voltamos ao estado de normalidade e não vamos precisar mais do teu barquinho. Minha saudação à comunidade presente aqui. Parabéns pela iniciativa, isto faz com que as dúvidas sejam esclarecidas e que o processo ande mais rápido, o que é importante para o Governo e para a Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Clóvis Magalhães está com a palavra.

 

O SR. CLÓVIS MAGALHÃES: Rapidamente, só para esclarecer algumas questões. Com relação às áreas de comércio, como eu disse, vamos revisar isso e vamos praticar qualquer bônus com relação à área de comércio só após a condição de recebimento de recursos do BID. Sobre os recursos próprios da Prefeitura, que são os bônus que nós estamos aplicando agora, nós não vamos tratar objetivamente; ele será tratado na medida em que nós já tivermos recursos do banco, correto? Com relação a uma outra questão que foi colocada, o cadastro. O cadastro foi feito absolutamente dentro de regras acordadas com a comunidade. Nós fizemos fotografias de todas as famílias em frente às suas moradias, de tal maneira que as questões que estejam fora deste cadastro nós teremos que fazer uma discussão posterior. Não poderá ser feita uma discussão agora, uma vez que o programa está todo lastreado naquele cadastro, e é o que nós vamos seguir. Com relação ao que podemos fazer ainda este ano, como eu disse anteriormente, nós temos condições, até pelas condições operacionais do nosso escritório, de estar entre 60 e 70 bônus ainda regulares este ano. Vocês sabem, para que o bônus seja praticado, há toda uma burocracia, e temos que ser cuidado com esse aspecto. Portanto, não conseguiremos ir além dessa meta, não sei se conseguiremos atingi-la. Mas isso é ainda a possibilidade da Prefeitura para este ano, correto?

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. CLÓVIS MAGALHÃES: Veja bem, uma vez concluído o processo de contratação da gerenciadora, nós teremos a missão de arranque do banco em Porto Alegre. A partir daí, a dinâmica do programa é outra, porque ela acelera bastante. Agora, é necessário cumprirmos esses passos; como eu disse, já há datas marcadas aqui para recebimento de propostas. Então, neste ano, vamos concluir essa etapa, praticar essa meta de bônus e teremos, certamente, no começo do ano, uma aceleração bem maior.

 

(Manifestações fora do microfone. Inaudíveis.)

 

O SR. FLÁVIO PRESSER: Eu vou ser muito curto na resposta à Jurema. Primeiro, quero dizer que vou contar ao Marins que a Jurema o traiu! Já está com os “bonitinhos” aqui, esqueceu do Marins! Eu vou fazer essa fofoca!

Duas questões: a do edifício eu expliquei. O edifício não tem implicação nenhuma, ele trata o esgoto antes de lançar na rede mista, portanto não tem problema, isso é ilusão, isso é “criar sapo”, não tem problema, o edifício pode, tranquilamente, se ligar. Segunda questão: estão falando de enchente, água empoçada. Eu sou Diretor do DMAE - Departamento Municipal de Água e Esgoto Cloacal -; chuva é com o DEP. Portanto, eu quero dizer que àquela reunião que a Andréia propôs eu levo o Ernesto Teixeira, do DEP. para nós resolvermos.

Agora, só quero dizer o seguinte: não vamos também enganar a população, porque ela tem memória, e problema de alagamento nessa região sempre aconteceu. E o Socioambiental é que vai resolver esses problemas, porque nós estamos para recompor os diques que foram rompidos pela ocupação irregular da área - quero dizer que isso vai ser feito - e toda a drenagem dessa região, inclusive da área onde hoje se assenta a Nossa Senhora das Graças. Portanto, a solução das enchentes passa pela implantação do Socioambiental, por isso é que ele existe. Vocês sabem muito bem disso, eu não preciso dar muito mais explicações, porque vocês acompanharam todos os projetos, sabem as obras que serão executadas, portanto a resposta a ser dada a isso é a execução do Programa Integrado Socioambiental, é ele que vai regularizar a drenagem assim como regulariza a questão do esgoto de toda essa região. Vocês podem acreditar: o Socioambiental saiu, foi contratado, e as obras irão acontecer. Agora, continua a mesma realidade de antes se as obras não forem implantadas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Uma palavra final: peço à comunidade que fique um pouco mais na reunião, já estamos nos encaminhando para o encerramento, mas o Presidente precisa fazer rapidamente algumas considerações finais na reunião.

 

O SR. LENEMAR BASTOS DOS SANTOS: Antes do encerramento, quero fazer um agradecimento ao pessoal do Ponto de Cultura, que está fazendo a filmagem aqui e vai disponibilizá-la para a comunidade, e ao Leandro, que deixou de ir à faculdade hoje. (Palmas.) Eu acho que nós não poderíamos encerrar esta reunião nesta noite gelada, em que o pessoal se deslocou lá da Icaraí II até aqui - porque foi vetado o prédio da Hípica, não houve condições de fazer ali, que era ao lado da nossa comunidade, a reunião teve que ser feita aqui -, sem ouvir uma palavra da Adriana. Eu gostaria muito de ouvi-la, ontem a gente conversou no Fórum de Serviços, e ela tinha uma notícia boa para nos dar, que era a creche da Icaraí II, porque, se vai ter a creche da Icaraí II, é porque ela fica no Cristal, subentende-se, não é? (Palmas.) Então, ela vai dar uma palavra, gostaria muito de ouvi-la.

E gostaria muito de ouvir o Dr. Goulart - cadê o homem? Já foi? (Pausa.) Bom, o Diretor do DEMHAB não está aqui, mas nós temos que ter as respostas para as nossas perguntas. Qual o local na região? Essa resposta o Clóvis Magalhães ou o Presser tem que dar, porque, na reunião do dia 07 de janeiro, lá no teu gabinete, tinha local, tinha data, tinha tamanho de casa, ali na Rua Cel. Claudino esquina com a Av. Icaraí. Havia 126 apartamentos, tu nos apresentaste o mapa, inclusive queremos te cobrar aquele mapa que tinha de estar no escritório, não é, Rodrigo? Lembras que tinha que ser enviado para o escritório? Acho que não foi enviado ainda. Então, temos que sair daqui hoje com estas respostas: o local das casas no Cristal, o tamanho de casa, se é casa ou apartamento, e o bônus, se vai ser reajustado, realmente, ou não vai e quando vai ser liberado. E eu gostaria de ouvir a Adriana, já que o Dr. Goulart...

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. LENEMAR BASTOS DOS SANTOS: Então, seria isso. Obrigado à comunidade que compareceu. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Presidente, nós temos uma combinação aqui, estou vendo que a comunidade está saindo, então eu vou conceder a palavra rapidamente, depois a Presidência tem que fazer alguns encaminhamentos. Espero que vocês aguardem três minutos, e eu concedo a palavra à nossa Professora.

 

A SRA. ADRIANA CORDENONSI: Boa-noite a todos! Eu vou ser breve, ontem nós conversamos rapidamente, de fato a creche vai sair no ano de 2010, e o terreno onde nós vamos construir a creche é ao lado do Tumelero, uma área de 850 metros quadrados que comporta perfeitamente o projeto que nós temos para as creches do Município.

Nós recebemos, na semana passada, no gabinete, alguns representantes da comunidade para conhecer o projeto, vamos agendar uma data para que a comunidade esteja lá e apresentar o projeto da creche, que vai ser construída nesse próximo ano. Seria isso. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Meus amigos, nós queremos, primeiramente, ao encaminhar esta Audiência, mais uma vez gizar o papel desta comunidade. A nossa Casa deu um passo, Clóvis, muito importante do ano passado para cá. Eu vivencio esta Cidade há 30 anos e vi uma falsa disputa nesta Cidade, nos últimos vinte anos, entre o Orçamento Participativo e a democracia representativa. Esses dois instrumentos são extremamente importantes para a vida de um país, de um Estado e de uma cidade. Eu não conheci nenhum Vereador que trabalhasse contra a sua população, e eu não conheço nenhum representante, também, da sociedade civil organizada que trabalhe contra a sua população. Podem ter visões diferentes, o que é absolutamente normal e bom para uma vida democrática. Então, o que nós estamos fazendo aqui é esse casamento.

No ano passado, a Casa produziu 26 Audiências Públicas, e este ano estamos nos aproximando das vinte - vamos passar de 26 Audiências. Na quinta-feira passada, só para os senhores terem uma ideia, mais de quinhentas pessoas lotaram o Plenário Otávio Rocha para discutir um tema extremamente importante, que é a revitalização do Cais do Porto, do Centro da Cidade, que diz respeito a todos nós. Mas, no sábado passado, nós estávamos lá na Santa Rosa, numa chuva bárbara - o Mauro e o Paulinho estavam lá -, talvez o triplo de pessoas que estão aqui hoje, para discutir Saúde e outras coisas. E cada um tem um papel na democracia.

Aqui está o Governo acompanhando as audiências públicas e compreendendo que esse papel é indelegável. Eu sou daqueles militantes da política que acham que os Parlamentos devem parar de fazer essas leis inócuas, que não servem para nada, só servem para fazer manchete e botar em boletim, às vezes até para iludir o povo. Quanto mais corrupto um país, mais leis ele tem, mais decretos tem! Não se resolve moral com lei, resolve-se com vergonha na cara. Então, não basta produzir mais leis neste País. Chega de leis! Se leis resolvessem, não haveria a miséria em que vocês vivem, porque a Constituição dá o céu para as pessoas. Quando foi feita a Constituição, foi dito que não haveria mais miséria neste País, não haveria mais pobreza, todo o mundo teria emprego, as crianças teriam escola, e o povo teria moradia! Passaram-se vinte anos, e se vota, neste País, de dois em dois anos, e o povo continua na miséria. Então, o problema não é de lei neste País.

Agora, eu tenho a obrigação e o dever de colocar, com responsabilidade, que todos aqui têm razão. O Brasil não é pobre, mas tem uma má distribuição de renda - absurda, abismal! Os senhores pensam no Lula e gostam muito dele, como eu gosto. Até podem sonhar com a Yeda. Mas vocês conseguem falar é com o Vereador, com o Conselheiro Tutelar, com o Secretário e com o Prefeito. E nós nos sentimos impotentes, porque, hoje, a responsabilidade de quase tudo das Políticas Públicas não é da União, dos Estados; é dos Municípios. E aí eu tenho que reconhecer: esse projeto, Presser, que foi concebido no ano 2000, teve congelamento, e o Governo teve a grandeza de continuar. Neste Brasil, tem que se parar de, quando um Governo ganha, dizer que tudo o que o Governo anterior fez não presta, que só presta o que eu vou fazer, isso está errado! Acho que nós todos amadurecemos, e o Governo que está aí amadureceu também. Mas, diga-se de passagem, o Projeto original... Até porque o BID não financia moradia. E acho que vocês merecem o aplauso, porque, se esses reassentamentos estão acontecendo, é porque bravos homens e mulheres fizeram isso, porque o tratamento do esgoto é fantástico, extraordinário, mas mais extraordinário e fantástico é esse reassentamento. (Palmas.)

Milhares de pessoas nesta Cidade vivem mais ou menos como vocês. Vocês, infelizmente, não são os únicos que vivem nessas condições nesta Cidade. Se eu for à Vila dos Sargentos, é mais ou menos assim; na ilha é um pouco pior; no Campo da Tuca; eu vou estendendo para cima, para a Cachorro Sentado, e aí vamos indo. Então, vocês também têm que ter essa compreensão. Na máquina pública, a gente não pode fazer o que quer, a gente faz o que a lei determina. E, por tantas leis, também, às vezes nós, gestores públicos... Às vezes falta uma caneta na Câmara, e dizem que é só comprar a caneta. “O senhor não pode fazer isso, se o senhor fizer isso, o Tribunal de Contas vai lhe incomodar o resto da vida”! Eu sou obrigado a fazer uma licitação para comprar uma caneta! E eu, que sou do lado de cá do balcão, fico extremamente indignado com isso, extremamente indignado. Mas é a regra do jogo. Então, hoje, os Municípios têm muito poucos recursos e têm muitos desafios. O dinheiro que se arrecada nos Municípios dá para pagar o funcionalismo, varrer a rua, cortar as árvores, botar um pouquinho na Saúde, na Educação e terminou, acabou! Nós precisamos dar um passo à frente e fortalecer os nossos Municípios.

Por isso quero finalizar esta Audiência e dizer que ela cumpriu o seu papel. Aqueles que vieram para cá achando que iria sair a sua chave compreenderam errado, esse não é o papel de uma Audiência Pública. Quem vem para cá achando que está tudo resolvido também não teve compreensão da Audiência Pública. Aliás, nós aqui, acompanhando o Orçamento Participativo... E fiquei muito chateado numa Audiência que houve do Orçamento Participativo neste ano agora, porque, no ano passado, eu vi algumas dezenas de pessoas que foram reivindicar as suas casas e que, por dignidade e respeito aos seus vizinhos, deveriam ter ido a esta Audiência deste ano agora para dizer: “Eu já fui contemplado, mas estou aqui do lado para dizer que eu sou solidário.” Para mim, exercer cidadania não é olhar para o umbigo. Eu estava lá, vivenciei isso, até disse ao Prefeito que eu não falei naquela audiência, porque no ano passado eu vi muita gente que foi à Audiência, foi contemplada e não voltou para dizer: “Estou solidário com o meu irmão.” Por isso, Clóvis, eu tenho certeza absoluta de que não é por falta de vontade, a Câmara está aqui para dizer que Audiência Pública, pequenas reuniões... Não estamos aqui por favor. Mauro, Paulo, Tessaro, Pancinha, quem quer ser Vereador disputou porque quis ser Vereador, e não há Secretário aqui também por favor, quis ser Secretário. E quem é homem público, eu digo no sentido lato sensu, tem que ser de noite, de dia, sábado, senão procura outra coisa para fazer, correto? Procura outra coisa para fazer.

Eu não ouvi isto aqui, mas ouvi algum murmurinho lá na Santa Rosa, e foi um horror, o que eles diziam era o seguinte: “Vocês são todos uma cambada.” E eu dizia: “Olha, eu não conheço nenhum Deputado que tenha chegado ao Congresso por Sedex, nem Vereador por Sedex, nem Senador, nem Prefeito! Se estes são ruins, eles foram escolhidos por vocês, então vamos escolher um pouquinho melhor.” Porque tem gente que vai lá, pega um “santinho” no chão e diz: “Esse é bonitinho, eu vou votar nele.” E outros: “Ah, com esse aqui eu comi um galetinho, vou votar nele. Esse aqui me pagou 20 ‘pila’ para trabalhar com ele, por semana, eu vou votar nele.” E depois é o seguinte: vamos mudar primeiro o nosso vizinho, o nosso terreiro e, depois, vamos mudar o País. O dia em que o brasileiro cuidar um pouquinho melhor da sua geladeira, não deixar o repolho estragar, o extrato de tomate estragar, nós vamos melhorar este País. Nós não vamos melhorar este País de cima para baixo, nós vamos melhorar de baixo para cima. Por isso democracia é uma coisa muito fantástica. Eu não quero a ditadura mais neste País, eu quero é mais democracia, mais participação da população, mais casamento dessa ferramenta da democracia representativa com a participativa. Por isso vamos chegar - a nossa Câmara -, ao final de dois anos de gestão, e há muito tempo não havia uma repetição de Presidência, com a certeza de que temos uma Câmara muito mais enxuta hoje.

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não, a senhora me perdoe, eu coordenei esta reunião aqui, e todos que quiseram falar falaram. O Governo falou.

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não! O Governo falou. Agora, se a senhora não gostou da resposta do Governo, bom, é um direito que a senhora tem. Não me cabe dizer o que ele vai falar. A mim, como coordenador de uma reunião, não cabe dizer o que a senhora vai falar, não cabe, eu não vou fazer isso. Agora, se vocês não gostaram da resposta, é um direito que vocês têm.

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas, então, a palavra está à disposição. Eu ouvi atentamente e entendi o que ele respondeu. Eu entendi o que ele respondeu. (Pausa.) Então, o senhor está com a palavra. (Palmas.)

 

O SR. CLÓVIS MAGALHÃES: Em primeiro lugar, quero dizer que saúdo muito as palavras que foram proferidas pelo Presidente da Câmara. Ele, além de estar encaminhando o encerramento desta reunião, estava enfatizando todos os aspectos, a maior relevância que se possa ter, quando uma Câmara se põe, como está se pondo a atual gestão da Câmara de Vereadores, a discutir com a população, a promover esse tipo de encontro, a legitimar o voto desses senhores de quem são representantes naquela Casa. Portanto, eu quero me solidarizar com as palavras do Presidente, Ver. Sebastião Melo, que, quando estava proferindo essas palavras, foi interrompido pela busca de um esclarecimento.

Acho que o Governo veio aqui com o propósito de esclarecer, fizemos todo o esclarecimento das questões que foram colocadas, nós nos colocamos à disposição para, através do escritório, através dos nossos representantes, atender à comunidade e dar as respostas necessárias a todos os senhores. Não faltarão respostas, não estamos aqui apenas para cumprir um carnê, vimos aqui para dialogar, vimos aqui em respeito também à convocação que recebemos da Câmara de Vereadores, e acho absolutamente correto, absolutamente justo, que se faça menção e sustentação do que foi dito pelo Presidente da Câmara. Nós vimos com esse propósito, cumprimos com ele; portanto, Presidente, acho que não temos nada a responder neste momento. Temos, sim, que nos solidarizar com toda a sua manifestação ao final desta Audiência. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está encerrada a presente reunião. Agradeço a todos, cumprimento o Presidente pela posição que teve, pela sua comunidade. Quero dizer que nós continuamos abertos ao diálogo. Muito obrigado.

 

(Encerra-se a Audiência Pública às 21h05min.)

 

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